quinta-feira, novembro 11, 2010

É mesmo hora de discutir a relação?

Reflita se a DR pode melhorar ou afetar negativamente a convivência
Discutir a relação, que informalmente chamamos de DR, é algo que a maioria das mulheres considera importante para o bom funcionamento da relação amorosa. Mas e os homens, será que eles são tão abertos a esse tipo de conversa? Será que discutir a relação é bom mesmo para os dois lados? Será que toda DR é necessária?
Insistir em conversar sobre a relação não é uma atitude exclusiva do universo feminino, há muitos homens que gostam e sentem a necessidade de conversar sobre algo que lhes incomoda na vida amorosa. Mas o que precisamos ter em mente é o objetivo da DR, ou seja, onde se quer chegar com uma conversa sobre o relacionamento? Numa harmonia ou num desentendimento ainda maior?
Toda DR é uma ameaça ao relacionamento?
Com toda certeza não é, pois o objetivo do par que busca uma reflexão é uma melhor adequação das vontades e comportamentos dentro e fora da relação.
Para se fazer uma DR com o intuito de melhorar o relacionamento, é preciso que:
1A pessoa que busca a conversa sobre o relacionamento não esteja num momento de explosão, não chegue na postura de frustração e irritabilidade;
2Não sejam usadas palavras ofensivas entre o casal;
3O interessado em puxar assunto deve observar o outro e perceber se ele está aberto para falar sobre o assunto;
4Não sejam trazidas situações do passado para o momento presente do casal e sim que seja avaliada a situação atual e real do relacionamento.
Caso quem inicia a conversa venha cheio de queixas e lamentações sobre o relacionamento, essa atitude pode desencadear no outro a vontade de também reclamar e criticar. Dessa forma, dependendo das personalidades envolvidas, isso pode se transformar numa grande ofensa e piorar o relacionamento.
Uma outra falha muito comum em discutir relações é querer supor e tentar descobrir o que se passa na cabeça do par. O caminho do meio é tentar entender e aceitar a natureza do outro para que haja uma melhor convivência.
Será que há problemas que podemos mesmo passar por cima ao invés de fazer uma DR?
Com certeza, sim. Eu costumo atender pessoas que, devido às suas carências mal resolvidas, acham que o par precisa dar a elas toda a atenção que supostamente elas acham que eles têm obrigação de dar já que assumiram um compromisso.
Outro fator que pode interferir no seu desejo e na sua maneira de fazer uma DR é não saber separar as tensões causadas no ambiente profissional e a situação real do relacionamento. Muitas pessoas explodem com seus pares discutindo assuntos de pouca importância, colocando sobre eles uma lente de aumento que só traz transtornos para a relação e até mesmo podem findar com o elo entre o casal.
Será que toda DR consegue chegar a uma solução prática para os relacionamentos?
Depende muito de como o casal está aberto em busca de uma harmonia maior entre eles. É muito comum uma pessoa exigir maior comprometimento e privar o par de certa liberdade, achando que isso vai contribuir para o melhor funcionamento da relação. Mas o que podemos observar é que tentar controlar o outro nunca foi, nem nunca será o sinônimo de aumento de bem-estar entre o casal.
É preciso entender que o outro, apesar de semelhanças e diferenças, tem suas vontades e necessidades próprias. Com isso, ele é um ser que mesmo que te ame e queira ficar do seu lado, precisa ter o espaço dele e a sua individualidade respeitados, assim como você também merece.
Reflexões sobre si mesmo e sobre o relacionamento podem ser feitas com a ajuda de um terapeuta e não necessariamente com o seu par. Através de uma análise mais profunda sobre si e a sua maneira de ser relacionar com os outros é possível contornar situações delicadas da vida afetiva.

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